quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Certezas e Incertezas de um existencialismo meramente ortográfico










Prostitution - What's Going On? at the Woman's Library. All photos © Rachel Hayward / 24 Hour Museum



sexta-feira, 24 de agosto de 2007

A linha cruzava a meio. A seu lado, um hemisfério desenrolava-se sem fulgor, captando nominativamente a atenção. O pequeno carril desmembrado não pulsava, mantendo-se no entanto possível na sua tranquilidade aparente. Tudo era deliciosamente assimétrico, e a luz reflectia-se como se tudo a absorvesse, fundindo a geometria sensível numa desilusão visual em escalas de cinza.

Era o som de um piano votado ao abandono.
Edward Weston
Photographs printed by Cole Weston

Abandoned Piano, 1941 L41-PH-11

Edward Weston negative, Cole Weston print

8" x 10"
14" x 16" mounted

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Cadáver de Mariposa

Sentindo a pressão dos assuntos prementes, balançava-me nesse comum pêndulo matinal, o mesmo que, em última análise, comanda toda a vida. A minha, pelo menos. Poderia jurar que a ondulação do rio marcava os segundos, em contagem decrescente; de resto, o tic-tac desbiológico compassava-se nos passos perdidos da multidão solitária que caminhava, cabisbaixa e acelerada, na direcção de um vazio, que tomava a forma de um comboio que partira há dois segundos.

O mundo é incapaz de esperar dois segundos que sejam.

Tentava despreocupadamente procurar essa sensação nas caras conformadas de escassos sorrisos, escassos justamente por isso. Afinal, a vaca que ri não passava de um mito? Vaca, sim, porque todo o sistema se organizava de acordo com o apito, o alarme, a buzina, o sinal de fecho de portas, o arranque do motor, os sons inaturais da pecuária urbana cujo ritmo esquizofrenético garantia o fluxo constante entre as possibilidades de pastos verdejantes e os não-pastos efectivos, num embalo alienígena e alienizante.

A força do hábito não imbuía nada disto com qualquer carga dramática que fosse. Ainda assim, porque viver é preciso, tentei concretizar: quis, estupidamente, pôr-me a par do meu biorritmo mecânico, ser pessoa, tornar-me humano, pertencer molécula-solitária àquela massa agregada por inconveniência. Olhei para o relógio do telemóvel. Só tive tempo de o ver desfazer-se nas minhas mãos.

Incrédulo, sorri; teria morto o tempo, ou a tecnologia?

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Sem bagagem

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Sim, é entropia. Tentar-se-á fazer com que não seja.